Thursday, April 21, 2011

Editor bom é editor morto

Hoje acordei pensando que dois amigos têm textos que poderiam ser publicados. Uma peça que poderia ser adaptada para romance (na verdade, acredito que ela é um romance inédito que foi escrito-adaptado para teatro) e uma série de poemas que poderiam ser reunidos junto com um ensaio feito pelo próprio autor.

E agora penso: um editor baixou em mim! Faz tempo. Quando ele irá embora? Some! Me deixa! Será que ele não percebe que, mesmo sem o totalitarismo evidente, estamos ainda em "tempos ruins para a lírica"? Quero sentir como viver é bonito, entrar para a massa e curtir o efeito delicioso do soma ("... soma, delicious soma, half a gramme for a half-holiday, a gramme for a week-end, two grammes for a trip to the gorgeous East, three for a dark eternity on the moon"), mas há esse cara lá, em minha cabeça. E, então, ele sussurra nervoso: "por isso mesmo, veja as ruas, grite! Ainda que se cale, facilite a divulgação daquilo que grita, que seja a contraposição ou alternativa àqueles discursos dos vários pintores de parede que vivem o nosso tempo, disfarçados ou não". Fácil assim. Quero ver ter de ganhar o pão, correr contra o tempo e ainda ter gente sussurrando esse tipo de coisa no ouvido.

Alternativas: centro espírita ou começar a patrocinar edições com tiragens pequenas.

Lembranças