Saturday, December 24, 2016

Quem pediu isso?

Mikhail Petrasheviski, um dos primeiros socialistas da Rússia. Hoje, lendo o final do texto do Volkov (que já citei por aqui) fiquei pensando nos russos o dia inteiro. 

"Mais parecido com um insolente vilão teatral, um vestido de mulher [Mikhail Petrasheviski] compareceu à Catedral de Kazan, na Nevski Prospekt, sentando junto às senhoras e rezando com elas, em voz alta. Sua espessa barba negra, que não se dera ao trabalho de raspar, sequer esconder, chamou a atenção das mulheres, que pediram ajuda a um policial. Dirigindo-se ao perturbador da ordem, o gendarme procurou ser educado e disse: 'Gentil senhora, creio estar na presença de um homem disfarçado'. Ao que Petrasheviski replicou, sem hesitar: 'Pois eu creio que o senhor seja uma mulher disfarçada'. Aproveitando-se da estupefação do guarda, ele fugiu da igreja, saltou em uma carruagem e correu para casa. Toda sexta-feira, esse excêntrico bem-educado, autêntico 'personagem de Dostoievski', recebia de quinze a vinte jovens - funcionários, oficiais militares, professores, músicos, artistas, eruditos e escritores - a nata da intelligentsia metropolitana [...]. Nessa animada atmosfera de camaradagem faziam leituras em voz alta, discutiam as ideias socialistas utópicas do conde Saint-Simon e de Charles Fourier, e assuntos correntes, como censura e emancipação. O 'Projeto para a emancipação dos servos', de Petrasheviski, foi um dos documentos políticos mais ousados da época. Vários membros do círculo defendiam abertamente a revolução. Preocupada, a polícia secreta infiltrou nele um agente provocador. [...] na noite de 22 de abril de 1849, depois de mais uma reunião na sexta-feira, o grupo inteiro foi preso [uma ordem de Nicolau I, com medo de o "fantasma" da República francesa atingir a corte russa] e conduzido em coches pretos à III Divisão [...]. As ordens do czar tinham sido bastante claras: 'Comecem as prisões... Deus determina! Seja feita a Sua vontade!'. Fiodor Dostoievski estava entre os 34 'conspiradores' presos. Ao lado do seu nome, as palavras anotadas: 'Um dos mais importantes'. Durante o processo, permaneceram confinados na Fortaleza de Pedro e Paulo. Nicolau estava furioso. 'Prendam metade dos moradores da capital, mas encontrem as pistas dessa conspiração'. Interrogado, o romancista ouviu do investigador a promessa do perdão, caso contasse 'tudo', mas silenciou. A sentença, pronunciada por uma corte militar, condenou-o à 'pena de morte, diante do pelotão de fuzilamento'. Petrashevski, 'criminoso de Estado', e outros 21 participantes do círculo, receberam idêntica condenação. A cerimônia de execução foi planejada pelo próprio Nicolau [...] Vestidos com túnicas brancas de lona, mangas compridas que quase chegavam ao chão e capuzes pontiagudos que caíam sobre os olhos, eles foram postos de pé sobre uma plataforma de madeira. Dostoievski ainda conseguiu contar ao companheiro ao seu lado o enredo de uma nova novela que tinha escrito na cela da fortaleza, e ouviu um padre jovem e amedrontado rezar o último sermão dos condenados. Mais tarde, ele confessou que 'não acreditava, não entendia, até que viu a cruz (...) Um padre (...) Recusamos a confissão, mas beijamos a cruz. Eles não brincariam com a cruz!' Petrashevski ria histericamente, dizendo: 'Cavalheiros! Estamos ridículos nesses trapos!'. Ele e dois outros foram amarrados a três estacas fincadas no chão, defronte à plataforma. Foram dadas ordens: 'Puxem os capuzes sobre os olhos deles!'. O pelotão apontou os rifles. 'Eu estava na segunda fileira e tinha menos que um minuto de vida', recordou com honra o romancista, tempos depois. Mas, ao invés de tiros, houve um rufar de tambores: recuar! Um general cavalgou até a plataforma e leu o decreto de Nicolau que reduzia a pena de morte para trabalhos forçados. Um dos homens amarrados à estaca enlouqueceu. Outro gritou furiosamente: 'Quem pediu isso?'. [...] Mandado para o cárcere da Fortaleza Omsk, na Sibéria, passou quatro anos presos aos pesados grilhões. Ficou quase dez anos sem escrever."

Friday, December 23, 2016

A fechadura de Joyce

Acho que todo leitor é essencialmente um voyeur. Penso sobre isso porque li no artigo abaixo um questionamento sobre a validade de ler as cartas de Joyce para a esposa Nora. Há algo que não pode ser encontrado na obra dele, e que podemos encontrar nas cartas, que seja importante para a leitura da obra? Existe uma ética (e questões legais) na divulgação de cartas pessoais. Mas ainda que a resposta seja não, que leitor nega o olhar no buraco da fechadura? 

Umberto Eco fez seus monges olharem para esse buraco coberto pela moral em O nome da rosa, e os matou (ninguém sai incólume dessa espiada - e aqui é inevitável lembrar as crianças que entram sem bater no quarto dos pais...). Para deixar claro, não li Ulisses ainda. É tão chata a áurea que botam sobre alguns livros que a gente fica com medo da aproximação: referências a não sei quantas línguas, a Homero (que li a primeira vez só por causa do Joyce), a isso, a aquilo. Ninguém fala de prazer. Há sacanagem lá dentro, vai ser legal a leitura. Somente agora algumas pessoas falam isso baixinho para não passarem por sacanas ou burras. Ninguém diz, por exemplo, que a gente vai rir muito enquanto estiver lendo Dom Quixote (e depois ficar meio melancólico, mas as coisas são assim mesmo) - só vem aquele papo de "ser importante". Sim, nesses livros há aspectos importantíssimos de contextualização histórica, estilo, relevância para a literatura de um época, etc. e tal. Mas o leitor pede saída do mundo como conhecido, pede sentimentos (ainda que mostrados pela falta dele), pede o choque (ainda que seja aquele sentido somente depois de um tempo e tão bem trabalhado por Tchekhov). Raios, ler algo porque fulano é o arauto da literatura, o livro é essencial e "como você ainda não leu tal livro?" são argumentos chatos e fracos! 

As pessoas vão assistir a novela no sofá confortável ou ler livros por elas mesmas, que encantem por algo quase inexplicável. Achei linda a história do início da correspondência entre Joyce e Nora: "The letters are by turns pornographic, erotic, romantic, poetic, and often downright funny, and they were written for Nora’s eyes alone in a correspondence initiated by her in November of 1909, while Joyce was in Dublin and she was in Trieste raising their two children in very straitened circumstances. Nora hoped to keep Joyce away from prostitutes by feeding his fantasies in writing, and Joyce needed to woo Nora again — she had threatened to leave him for his lack of financial support. In the letters, they remind each other of their first date on June 16, 1904 (subsequently memorialized as “Bloomsday,” the date on which all of Ulysses is set). [tradução ruinzinha e meio livre: "as cartas são algumas vezes pornográficas, eróticas, outras românticas, poéticas e sempre bastante divertidas. Elas foram escritas para serem lidas somente por Nora, em uma troca de correspondência iniciada por ela em novembro de 1909, quando Joyce estava em Dublin, e ela em Trieste cuidando dos dois filhos deles em condições muito precárias. Nora desejava manter Joyce afastado das prostitutas alimentando suas fantasias por escrito, e Joyce queria conquistar novamente Nora — ela havia ameaçado deixá-lo por ele não lhe dar apoio financeiro. Nas cartas, recordam um ao outro o primeiro encontro em 16 de junho de 1904 (posteriormente imortalizado como "Bloomsday", a data na qual se passa todo Ulisses)"]. 

Tudo isso para finalmente dizer que fiquei com vontade de ler Ulisses e que já espiei as cartas dele para ela (as dela para ele são raras). Cartas sujas, pesadas, pornográficas e com muitos apelidos e coisas divertidas. Assim como essas, no livrão deve haver outras, escondidas nos criados-mudos das páginas. 

E eu, como boa voyeur, ando prestes a espiar a fechadura daquele dia 16 de junho.

Thursday, December 22, 2016

A coisa em si

Sempre imagino Tolstói já velho, ele deve ter nascido com um saco de sabedoria embaixo dos olhos. 

Com a palavra, Otto Maria Carpeaux (na introdução de Ana Karenina, Ediouro, tradução do Lúcio Cardoso): 

"É fácil resumir o enredo de Ana Karenina: Ana, a bela esposa do frio burocrata Aléxis Karenin, apaixona-se pelo conde Vronski, elegante oficial da Guarda Imperial. Kitty, a noiva abandonada de Vronski, encontra nova vida no amor de Levine, homem rico e culto que se dedica ao serviço dos pobres, à causa do povo russo; as relações adulterosas de Ana e Vronski levam fatalmente a um fim trágico. Ana, jogando-se nos trilhos frente a um trem de estrada de ferro, comete suicídio. Eis o resumo do enredo. Os primeiros críticos da obra, nos jornais russos da época, resumiram assim o enredo, provocando a indignação do romancista, que escreveu em carta ao seu amigo, o crítico literário Strokhov: 'Eles [os críticos] parecem saber melhor que eu próprio. Se alguém me pedisse para dizer o tema de Ana Karenina, eu não saberia outra resposta do que escrever de novo, Ana Karenina."

Cadê? Veja bem

Quando alguém lhe alerta "e cadê o título do texto? fale-me mais sobre ele.", leve essa pessoa a sério.

Se ela lhe explicar por quase uma hora o título e a epígrafe de um texto - e tem de tomar um vinho antes de enfrentar o matagal das palavras de uma selva vista do alto, a perder de vista - merece uma saborosa maçã argentina (i)lustrada. 


                                 CONSOLO NA PRAIA 
                                                                             [para Maria Cecília Londres] 

                                 A beleza passa, mas a inteligência 
                                 Permanece 

(Cacaso, Na corda bamba, 1978)
Apertei os parafusos das estantes de livro, sujei as mãos com a sujeira incrustada em cantos que só se mostram a quem acaricia para arrumar, para botar delicados arames entre corpos que se sustentarão apesar de sempre o susto da queda iminente por um vento mais forte correndo por duas janelas abertas. Elas lá, firmes, esperando os volumes finos e grossos que vão velar meus dias. Eu, nem tanto. As mãos lavadas para iniciar a colocação de cada livro por ordem de afinidade, abolição da ordem fria dos sobrenomes. Então me deparo com Barthes, então aparece para meus olhos "Fragmentos de um discurso amoroso". Abro e leio: 

"Eu-te-amo não tem empregos. Essa palavra, como quanto a de uma criança, não é entendida a partir de nenhuma coerção social; pode ser uma palavra sublime, solene, ligeira, erótica, pornográfica. É uma palavra socialmente errante. Eu-te-amo não tem nuanças. Suprime as explicações, os preparativos, os graus, os escrúpulos. De certa maneira - paradoxo exorbitante da linguagem - dizer eu-te-amo é fazer como se não houvesse nenhum outro teatro da fala, e essa palavra é sempre verdadeira (tem como referente apenas sua proferição: é um performativo). Eu-te-amo não tem exterior. É a palavra da díade (materna, amorosa); nela, nenhuma distância, nenhuma deformidade vem clivar o signo, ela não é metáfora de nada." 

Perco-me na beleza de considerar "eu te amo" uma palavra: eu-te-amo. Coisa grande de sentido completo e indefinido. Há livros sobre o colchão, há poeira antiga; e um Barthes gritando. Arrumar, limpar, organizar (ainda que sem lógica). Não sei como há pessoas que acham isso tão simples.

(14 de maio de 2013)

Wednesday, December 21, 2016

Aquilo

Fazer quadrinhos, escrever textos, desenhar, tocar, pá, pum, ra-tim-bum, plafit-plafit.
Sempre maçaricos, força, suor e trabalho duro. Não há poesia no ato criativo (ou não há só isso). Há treino, dor, plenitude, cansaço, suor, dor, reflexão, fuga, silêncio, baderna, alegria, orgasmo, transe, transa, formas, cortes
                                                                     recortes
                                                           limpeza
                                                 manchas
                                                           leitura
                                                releituras    surpresas    desencantos
tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo, tempo
paixão. 

E               algo sorrateiro surja.
   (talvez)

Nel mezzo del cammin di nostra vita

Poema de Felipe Cussen




Nel mezzo del cammin di nostra vita


Non, je ne regrette rien,
cerrar podrá mis ojos la postrera sombra.
Non, je ne regrette rien nel mezzo del cammin di nostra vita
like a rolling stone
like a rolling stone nel mezzo del cammin di nostra vita
nel mezzo del cammin di nostra vita like a rolling stone.

Tuesday, December 20, 2016

Tão só palavras

Sou um ser literário. Quer me mimar? Dê-me literatura, dê-me motivos para escrever e não
esquecer. É tudo que eu preciso. Alguns diriam: "pouca coisa". Então me dê esta pouca-coisa sem gritar "tarefa árdua de doer"depois de tentar, tentar, tentar...

Saudação

Bastava alguém terminar os cumprimentos descompromissados e uma conversa de corredor com a
pergunta "E como está X?", sendo X uma das pessoas que ela gostava muito, sentia-se tão
feliz por ser aquela que convivia com X e sabia como estava X e podia ligar para X e beber com X, que ficava como um passarinho que avista o primeiro raio de sol da madrugada.

Dizia apenas "Está bem", mas sentia aquela coceira na língua para completar: "vez ou outra voa comigo em demorados flanares nas palavras perdidas por janelas entre as noites e as manhãs".

Entre um lista de coisas

O que é essencial para a escrita? Uma lista de coisas, incluindo a maldita disciplina (será?). Entre todas elas, porém, a mais interessante para mim é o ato de ler em voz alta o que foi escrito.

Tudo muda em voz alta. Os trechos fracos fazem a voz tremer, engasgar na leitura; há uma certa desaceleração causada pela dúvida sobre o motivo daquilo estar por lá. E quando isso ocorre, só resta a boa e velha tesourada. Ler em voz alta requer menos treino que coragem. A escrita esconde quem diz, a escrita é íntima, ainda que divulgada ela torna quem fala uma não pessoa, enquanto o texto ganha nome. A voz devolve o nome ao texto e o corporifica.

Então por todos os lados, em uma sala improvisada, talvez, somos tomados em um arroubo por todas as dimensões da escrita.

Blade runner

Cansei de fingir que não sonho com unicórnios.

Monday, December 19, 2016

Em conversa com a Fernanda

A literatura estragou nossa vida,
nossa forma de ver o amor e todo o resto.
Estamos estragadas
Estragadas definitivamente para o cotidiano
e o conformismo.
Mas: a literatura nos salva diariamente
jorrando gritos de sangue em nossas artérias.
Vomitamos selvagemente coelhinhos pelas ruas.

(Sexta-feira, 19 de abril de 2013.)

Óbvio

Ele abre um dossiê das flores dizendo "nada mais óbvio" - e acrescenta olhando pra mim com a cara séria que faz quem aperta os olhos para se proteger do sol na praia: "quando a coisa é 'óbvia', é então que se deve atenção para ela - e percebemos , então, que o 'óbvio' comporta muitas perguntas sem respostas". 

Ouço a voz dele falando de flores como oferendas para divindades (mas não me lembro de ele citar as flores para os mortos). Barthes olha pra mim enquanto miro as violetas do banheiro, único espaço da empresa onde se permitem flores. Meus lábios no espelho combinam com o roxo das pétalas murchas e Barthes me abraça carinhosamente e cita um trecho da tese de seu ex-orientando, Yve-Alain Bois: "Mondrian, na época de suas Composições no Quadrado (por volta de 1924), continuava desenhando flores por simples razões alimentares. Portanto, naquela época de plena 'abstração', Mondrian pintava por vezes uma flor, que vendia facilmente a seus amigos da Holanda. Daí o comentário de Brassai, ao sair do ateliê de Mondrian: 'Eis um homem que pinta flores para viver. E por que vive? Para fazer linhas retas.'". 

Há um aviso para não botar água nas violetinhas sedentas, meio secas de esquecimento. Pisco de forma marota a meu amigo querido e oferecemos a água que escorre de nossas mãos à terra da planta no intervalo de silêncio no banheiro da firma.

Sunday, December 18, 2016

Amanhã

Palmas para quem planejou trabalhar sábado bem cedinho e sair em um horário razoável de um lugar remoto em frente ao rio, mas dorme tarde, fica ouvindo música, brinca com os gatos e finalmente resolve: sair meio-dia e pouco, ficar até tarde no lugar remoto, mas sem perder a ternura, ainda que feia, suja e malvada: let's go to Phil Minton e Audrey Chen after the emotional storm!
Por que viver não tem preço, baby. Amanhã eu durmo; não hoje, não hoje.

(Sábado, 13 de abril de 2013.)

Saturday, December 17, 2016

A droga mais pesada que eu costumo consumir

Uma maravilha do esquecimento de si mesma.
Hora de me matar, hora de estudar o que gosto.

Friday, December 16, 2016

Je t'aime... moi non plus

"Para viver em São Paulo você precisa economizar cada centavo. Cada centavo!" Isso uma
corretora de imóveis me diz enquanto andamos apaixonadas pelas ruas. Uma cidade que quer
cuspir gente sem grana. Ela de Lins, eu de Jundiaí, prontas para sermos cuspidas. Mas nosso
“enamoramento” anda vencendo. Cidade fedorenta que nos joga fumaça e grita na cara qualquer
falta de grana, eu te amo.

O desejo. O feminino.

Este bicho é encantado:
não tem barriga,
não tem tripas,
não tem bofes,
não é maribondo,
não é mangangá,
não é caranguejeira.
Que é que é Janjão? 
É a Estrela-do-mar que quer me levar. 
Só tem olhos,
só tem sombra.
Babau!
Não é jimbo,
não é muçum,
não é sariema.
Que é que é Janjão?
É a Estrela-do-mar que quer me afogar. 
Esse bicho é encantado:
não quer de-comer,
não quer munguzá,
não quer caruru,
não quer quigombô.
Só quer te comer.
Que é que é Janjão?
É a Estrela-do-mar que quer me esconder.
          Babau! 

Jorge de Lima, em Poemas negros

Thursday, December 15, 2016

Pornografia

A boa poesia deveria ser vendida dentro de um saco preto, quase como algo proibido, pornográfico, transformador. Os poetas e as poetas precisam urgentemente ser expulsos da República ideal, isso mesmo Platão! Poesia vicia e mata como cigarro, mal sabe a saúde pública sobre isso. Vamos nos calar nos versos, esconder as estrofes sob as camas, quebrar rimas e evitar sonhar em versos livres. Vai que alguém ouça os pensamentos daqueles que ficam escandindo poemas entre um "olá" e um "sim, tudo anda bem". Que vergonha!

Wednesday, December 14, 2016

Não existe pecado ao sul do equador

A gente andando em metrôs e trens abarrotados, só faltando a impressão a ferro do número
de controle "por cabeça". Como eu queria acreditar em inferno nessas horas! Ah, me esqueci,
também não valeria a pena: a confissão - ou o dízimo - é a multa que livra o pecador de seu pecado. Nesse sentido, quanto mais confissão e dinheiro para dízimo, mais livramento o pecador vai ter. Cordeiro puro. E nós, somente putos. O inferno está em eu, você e todos nós.

Tuesday, December 13, 2016

Rubens Figueiredo diz:

Respondendo a esta pergunta do jornalista "você também é professor de português no ensino médio. Dentre todas suas atividades, qual é aquela que te propicia mais prazer: traduzir, lecionar ou ficcionar?", Rubens Figueiredo:
"Dou aula no ensino médio e supletivo do nível fundamental, no turno da noite, há 27 anos. E esta é a atividade que me dá maior satisfação."

Lembranças