tag:blogger.com,1999:blog-108090492024-03-07T18:09:06.219-03:00Impurezas do BrancoAll That JazzClara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comBlogger118125tag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-32667911447918302122016-12-24T14:00:00.000-02:002016-12-24T14:00:01.844-02:00Quem pediu isso?
Mikhail Petrasheviski, um dos primeiros socialistas da Rússia. Hoje, lendo o final do texto do Volkov (que já citei por aqui) fiquei pensando nos russos o dia inteiro.
"Mais parecido com um insolente vilão teatral, um vestido de mulher [Mikhail Petrasheviski] compareceu à Catedral de Kazan, na Nevski Prospekt, sentando junto às senhoras e rezando com elas, em voz Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-71236469723801897182016-12-23T16:00:00.000-02:002016-12-23T16:00:07.799-02:00A fechadura de Joyce
Acho que todo leitor é essencialmente um voyeur. Penso sobre isso porque li no artigo abaixo um questionamento sobre a validade de ler as cartas de Joyce para a esposa Nora. Há algo que não pode ser encontrado na obra dele, e que podemos encontrar nas cartas, que seja importante para a leitura da obra? Existe uma ética (e questões legais) na divulgação de cartas pessoais. MasClara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-26357685494734819472016-12-22T15:15:00.000-02:002016-12-22T15:15:03.472-02:00A coisa em si
Sempre imagino Tolstói já velho, ele deve ter nascido com um saco de sabedoria embaixo dos olhos.
Com a palavra, Otto Maria Carpeaux (na introdução de Ana Karenina, Ediouro, tradução do Lúcio Cardoso):
"É fácil resumir o enredo de Ana Karenina: Ana, a bela esposa do frio burocrata Aléxis Karenin, apaixona-se pelo conde Vronski, elegante oficial da Guarda Imperial. Kitty, a Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-41631257013619238992016-12-22T13:00:00.000-02:002016-12-22T13:00:17.250-02:00Cadê? Veja bemQuando alguém lhe alerta "e cadê o título do texto? fale-me mais sobre ele.", leve essa pessoa a sério.
Se ela lhe explicar por quase uma hora o título e a epígrafe de um texto - e tem de tomar um vinho antes de enfrentar o matagal das palavras de uma selva vista do alto, a perder de vista - merece uma saborosa maçã argentina (i)lustrada.
&Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-23830306014785112852016-12-22T11:12:00.000-02:002016-12-22T11:12:00.978-02:00Apertei os parafusos das estantes de livro, sujei as mãos com a sujeira incrustada em cantos que só se mostram a quem acaricia para arrumar, para botar delicados arames entre corpos que se sustentarão apesar de sempre o susto da queda iminente por um vento mais forte correndo por duas janelas abertas. Elas lá, firmes, esperando os volumes finos e grossos que vão velar meus Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-41596298906028107902016-12-21T09:00:00.000-02:002016-12-21T09:00:25.732-02:00AquiloFazer quadrinhos, escrever textos, desenhar, tocar, pá, pum, ra-tim-bum, plafit-plafit.
Sempre maçaricos, força, suor e trabalho duro. Não há poesia no ato criativo (ou não há só isso). Há treino, dor, plenitude, cansaço, suor, dor, reflexão, fuga, silêncio, baderna, alegria, orgasmo, transe, transa, formas, cortes
&Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-5279802745686513362016-12-21T00:00:00.000-02:002016-12-21T00:00:04.957-02:00 Nel mezzo del cammin di nostra vitaPoema de Felipe Cussen
Nel mezzo del cammin di nostra vita
Non, je ne regrette rien,
cerrar podrá mis ojos la postrera sombra.
Non, je ne regrette rien nel mezzo del cammin di nostra vita
like a rolling stone
like a rolling stone nel mezzo del cammin di nostra vita
nel mezzo del cammin di nostra vita like a rolling stone.
Felipe Cussen | 01 out 2009 | Poemas
Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-11290233388874549322016-12-20T23:30:00.000-02:002016-12-20T23:30:07.663-02:00Tão só palavrasSou um ser literário. Quer me mimar? Dê-me literatura, dê-me motivos para escrever e não
esquecer. É tudo que eu preciso. Alguns diriam: "pouca coisa". Então me dê esta pouca-coisa sem gritar "tarefa árdua de doer"depois de tentar, tentar, tentar...Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-17618768458245964842016-12-20T23:11:00.001-02:002016-12-20T23:11:05.629-02:00SaudaçãoBastava alguém terminar os cumprimentos descompromissados e uma conversa de corredor com a
pergunta "E como está X?", sendo X uma das pessoas que ela gostava muito, sentia-se tão
feliz por ser aquela que convivia com X e sabia como estava X e podia ligar para X e beber com X, que ficava como um passarinho que avista o primeiro raio de sol da madrugada.
Dizia apenas "Está bem", mas sentia aquela Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-45623369280441378902016-12-20T16:54:00.000-02:002016-12-20T23:12:58.915-02:00Entre um lista de coisas
O que é essencial para
a escrita? Uma lista de coisas, incluindo a maldita disciplina (será?). Entre todas
elas, porém, a mais interessante para mim é o ato de ler em voz alta o que foi
escrito.
Tudo muda em voz alta.
Os trechos fracos fazem a voz tremer, engasgar na leitura; há uma certa desaceleração
causada pela dúvida sobre o motivo daquilo estar por lá. E quando isso ocorre, só
resta a Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-52545324701164480202016-12-20T13:04:00.000-02:002016-12-20T13:04:05.354-02:00Blade runnerCansei de fingir que não sonho com unicórnios.Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-3859225783240795222016-12-19T13:01:00.000-02:002016-12-19T13:01:00.218-02:00Em conversa com a FernandaA literatura estragou nossa vida,
nossa forma de ver o amor e todo o resto.
Estamos estragadas
Estragadas definitivamente para o cotidiano
e o conformismo.
Mas: a literatura nos salva diariamente
jorrando gritos de sangue em nossas artérias.
Vomitamos selvagemente coelhinhos pelas ruas.
(Sexta-feira, 19 de abril de 2013.)Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-55739611200640888102016-12-19T11:05:00.002-02:002016-12-20T23:22:07.491-02:00ÓbvioEle abre um dossiê das flores dizendo "nada mais óbvio" - e acrescenta olhando pra mim com a cara séria que faz quem aperta os olhos para se proteger do sol na praia: "quando a coisa é 'óbvia', é então que se deve atenção para ela - e percebemos , então, que o 'óbvio' comporta muitas perguntas sem respostas".
Ouço a voz dele falando de flores como oferendas para Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-42000070550931645642016-12-18T12:00:00.000-02:002016-12-18T12:00:11.476-02:00AmanhãPalmas para quem planejou trabalhar sábado bem cedinho e sair em um horário razoável de um lugar remoto em frente ao rio, mas dorme tarde, fica ouvindo música, brinca com os gatos e finalmente resolve: sair meio-dia e pouco, ficar até tarde no lugar remoto, mas sem perder a ternura, ainda que feia, suja e malvada: let's go to Phil Minton e Audrey Chen after the emotional storm!
Por que viver não Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-29312756914663220192016-12-17T15:15:00.000-02:002016-12-17T15:15:23.668-02:00A droga mais pesada que eu costumo consumirUma maravilha do esquecimento de si mesma.
Hora de me matar, hora de estudar o que gosto.Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-89012796968839992342016-12-16T15:15:00.000-02:002016-12-16T15:15:05.031-02:00Je t'aime... moi non plus"Para viver em São Paulo você precisa economizar cada centavo. Cada centavo!" Isso uma
corretora de imóveis me diz enquanto andamos apaixonadas pelas ruas. Uma cidade que quer
cuspir gente sem grana. Ela de Lins, eu de Jundiaí, prontas para sermos cuspidas. Mas nosso
“enamoramento” anda vencendo. Cidade fedorenta que nos joga fumaça e grita na cara qualquer
falta de grana, eu te amo.Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-37460040133465394552016-12-16T12:47:00.000-02:002016-12-16T12:47:05.952-02:00O desejo. O feminino.
Este bicho é encantado:não tem barriga,não tem tripas,não tem bofes,não é maribondo,não é mangangá,não é caranguejeira.Que é que é Janjão?
É a Estrela-do-mar que quer me levar.
Só tem olhos,só tem sombra.Babau!Não é jimbo,não é muçum,não é sariema.Que é que é Janjão?É a Estrela-do-mar que quer me afogar.
Esse bicho é encantado:não quer de-comer,não quer munguzá,não quer Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-30411051118741513402016-12-15T12:31:00.000-02:002016-12-15T12:31:11.561-02:00PornografiaA boa poesia deveria ser vendida dentro de um saco preto, quase como algo proibido, pornográfico, transformador. Os poetas e as poetas precisam urgentemente ser expulsos da República ideal, isso mesmo Platão! Poesia vicia e mata como cigarro, mal sabe a saúde pública sobre isso. Vamos nos calar nos versos, esconder as estrofes sob as camas, quebrar rimas e evitar sonhar em versos livresClara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-20638193089488375502016-12-14T12:12:00.000-02:002016-12-14T12:12:06.812-02:00Não existe pecado ao sul do equadorA gente andando em metrôs e trens abarrotados, só faltando a impressão a ferro do número
de controle "por cabeça". Como eu queria acreditar em inferno nessas horas! Ah, me esqueci,
também não valeria a pena: a confissão - ou o dízimo - é a multa que livra o pecador de seu pecado. Nesse sentido, quanto mais confissão e dinheiro para dízimo, mais livramento o pecador vai ter. Cordeiro puro. E nós, Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-17096189028522175752016-12-13T12:02:00.000-02:002016-12-13T12:02:04.575-02:00Rubens Figueiredo diz:Respondendo a esta pergunta do jornalista "você também é professor de português no ensino médio. Dentre todas suas atividades, qual é aquela que te propicia mais prazer: traduzir, lecionar ou ficcionar?", Rubens Figueiredo:
"Dou aula no ensino médio e supletivo do nível fundamental, no turno da noite, há 27 anos. E esta é a atividade que me dá maior satisfação."
Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-90019943479109461042016-12-12T11:51:00.000-02:002016-12-12T11:51:04.706-02:00Um verdadeiro textoLembrávamos dos filmes que nos aterrorizaram. Uma grande amiga comentou que a pior cena de terror, para ela, era uma do filme "O iluminado", quando a esposa do personagem principal descobriu o que tanto ele escrevia. Uma única frase. E essa amiga acrescentou: "o mais aterrorizador era que o texto tinha travessões, diálogos... parecia uma história mesmo". A frase (traduzida): "Muito trabalho e Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-38326810229447496732016-12-11T11:45:00.000-02:002016-12-11T11:45:04.087-02:00Ivone C. Benedetti diz:"Com o tempo e a prática percebi que o leitor quer ler, não tropeçar, que está se lixando para teorias da tradução, que quer se enternecer, se divertir ou chorar tanto quanto o leitor estrangeiro. Mas, para causar efeito, é preciso ousar. Quem ousa peca, tanto quanto quem não. Mas com o tempo começou a me parecer melhor pecar pela ousadia que pela covardia."Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-87275379249771181792016-12-10T11:35:00.000-02:002016-12-10T11:35:12.422-02:00O passado passado a limpoClara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-78361232346237089152013-05-26T00:45:00.000-03:002013-05-26T00:45:15.711-03:00Ana C.É noite, já tarde. Madrugada. Toco Ana. Ela se foi na Tonelero, mas está aqui. Faz-me companhia, sussurra palavras escritas em meu ouvido esquerdo. Sabe que é aquele em que os sons são mais bem entendidos, o ouvido do entendimento.
Hoje ouvi sua voz com meu ouvido esquerdo. Talvez por isso a Ana apareceu e me disse:
"Depois que desliguei o telefone me arrependi de ter ligado, porque aClara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10809049.post-353381235121034872013-04-14T15:46:00.000-03:002013-04-14T15:49:57.634-03:00DespedidaO texto não é meu, mas queria muito que fosse. Um conto de José Mena Abrantes.
DESPEDIDA
Por acaso as casuarinas também estavam presentes nesse ocaso. Passeavam ambos à beira-mar e o momento era de despedida: do sol e deles dois, que também já haviam concluído os seus brilhos. Despedir significava, pois, isso mesmo: não voltar a pedir, ir embora para sempre. Por que razão terminavam Clara Printhttp://www.blogger.com/profile/05268898818212127424noreply@blogger.com