Sunday, May 18, 2008

...

É sempre estranho tocar, sentar para escrever ou refletir sobre a vida. Quando acontece isso (raras vezes ultimamente), sinto que mais estranho é viver. E nem por isso deixo de viver. Será? Sim, eu deixo. Aos poucos estou perdendo vigor físico por uma alergia a não-sei-o-quê, mas diria por alergia do viver. Complicado? Não é, não. Todos sabem sobre o que estou falando. O olhar no espelho, sozinho no banheiro, antes do xixi matinal. Você: sozinho com o outro. Ninguém entre vocês. Naquele momento sei que todos poderiam entender esta alergia que nos cerca. Mas, aqui, sob o rótulo da escrita, posso ser uma tenista ou uma recordista mundial dos cem metros rasos. Enquanto toco, domino as vibrações sob os meus dedos e minha mente canta música. Acordar todo dia às 7h15 apenas me torna pontual e alérgica. Também garante o aluguel e algumas tortas doces no café da esquina. Quão pequena devo me tornar para não ter anticorpos contra o tédio?

Lembranças