Sunday, May 26, 2013

Ana C.

É noite, já tarde. Madrugada. Toco Ana. Ela se foi na Tonelero, mas está aqui. Faz-me companhia, sussurra palavras escritas em meu ouvido esquerdo. Sabe que é aquele em que os sons são mais bem entendidos, o ouvido do entendimento.

Hoje ouvi sua voz com meu ouvido esquerdo. Talvez por isso a Ana apareceu e me disse:

"Depois que desliguei o telefone me arrependi de ter ligado, porque a emoção esfriou com a voz real. Ao pedir a ligação, meu coração queimava. E quando a gente falou era tão assim, você vendo tv e eu perto de bananas, tão sem estilo (como nas cartas). Você não acha que a distância e a correspondência alimentam uma aura (um reflexo verde na lagoa no meio do bosque)?"

Ana Cristina César
 

Lembranças