Se antes a Loira do Banheiro nos aterrorizava, agora ela é o alvo.
Há poucos dias assisti ao filme "A onda". Um professor de ensino médio fazendo uma experiência sobre o governo totalitário. Resumo fraco para um filme interessante, mas o enredo era basicamente isto. Estou pensando sobre o caso que ocorreu na Uniban do ABC. Enredo simples também: uma garota - denominada "Loira da Uniban" - vai com uma saia muita curta para a faculdade e os alunos (meninos e meninas) a hostilizam chamando de "puta" e outras coisinhas a mais. A polícia chega e, portanto, nada mais grave acontece.
A pergunta do filme permanece: será que o totalitarismo, a incompreensão, a violência gratuita (quando digo isso, refiro-me daquelas que não são para defesa) estão tão distantes de nossa sociedade atual? Fala-se em novas tecnologias, inovações alimentares, desenvolvimento farmacêutico, o homem habitar a Lua. Mas o selvagem, o bruto, mora ao lado, pior, ele mora dentro de cada um de nós.
Quando era pequena, saia correndo do banheiro da escola se percebia que não havia ninguém. A Loira do Banheiro poderia atacar. Crescemos e entendemos que o pavoroso está guardado em nossos genes, talvez naquelas partes que nenhum geneticista conseguiu ainda decifrar e chamam significativamente de "lixo genético".
